MANEIRA ATUAL DE SER E ESTAR

Parece-me que hoje, homens e mulheres fogem uns dos outros...Talvez por medo da
entrega, medo de amar, medo de tudo que envolve uma relação a dois.
Afinal de contas relacionar, pressupõe tolerância, paciência, aceitação...Tão demodé, não?
Dizendo a um amigo, esses dias, que estava quase desistindo de buscar alguém prá amar, constatei surpresa, que pelo menos com relação a ele, estava certa.
Disse-me ele:_Amar prá que? Você é tão linda??? E existem tantas pessoas por aí prá conhecer-se...
Se já, descrente estava; mais ainda o fiquei.
Fico perguntando-me onde começou tal revolução de costumes; onde o "ficar" entrou
prá ficar!!!
Que contribuição cada um de nós, homens e mulheres, demos prá que esse estado de ser estabelecesse-se...Será que veio prá virar modo de ser e estar???
No estado de São Paulo, instituiu-se a carona solidária, com intuito de ter menos carros na rua e, consequentemente menos poluição e trânsito engarrafado. Não seria essa uma forma de pessoas de aproximar um pouco as pessoas??? Pelo menos, naquele tempo do trajeto, as pessoas podem trocar idéias, conhecer-se um pouco mais???
O que será mais que podemos fazer prá aproximarmos um homem e uma mulher, coisa que naturalmente deveria acontecer...
Ás vezes, penso que, inconscientemente, a explosão demográfica age no subconsciente das pessoas, levando-as a não querer estabelecer vínculos que redundem numa estrutura familiar, e naturalmente em filhos.
O pior de todo este processo é que ninguém está feliz; nem homens, nem mulheres. O individualismo e os romances ocasionais deixam, em cada um a sensação de vazio e solidão.
Tanto um quanto o outro priorizam suas carreiras...Prá consumir mais, prá ter mais
e usufruir de menos, porque tempo não sobra-lhes para tal! O tempo que tem, quando não estão trabalhando, estão com um laptop à sua frente, acompanhando as vendas da empresa prá qual trabalham, ou as que possuem.
O belo jardim, que contrataram um paisagista prá elaborar e um jardineiro prá manter, fica lá, de mero enfeite. Flores exibindo-se prá platéia nenhuma!
A competitividade que o capitalismo estabeleceu move cada um, na busca do carro do ano, nas férias da moda; e dá-lhe desigualdade social...Poucos têm muito, muitos têm pouco ou quase nada.
Os filhos, herdeiros deste modo de ser, ficam entupidos de brinquedos caros, de controle remoto, que não dá-lhes sequer o trabalho da movimentação...Fruto disso? Obesidade, pouco ou nenhum interesse por pensar. Isto sem falar no computador, que é o formador de opiniões e conselheiro contumaz dessas crianças, cujo futuro presumo não muito feliz. Certamente, profissionais bem sucedidos, mas e a alegria de viver???
Pais culpados pela falta de tempo, vêem na aquisição constante de tudo que filhos querem, a solução prá que a situação não torne-se insustentável.
O que aqui escrevo já foi dito e escrito por muitas pessoas, mas há que se falar muito e sempre, prá que a sociedade em seus diversos segmentos, repense o atual modus vivendi.
Ou toma-se providências de urgência urgentíssima, ou não sei onde vamos parar, ou sequer se iremos parar...